Prefeitura de Valença publica “nota de esclarecimento” e diz que denúncia de pais dos alunos das escolas cívico-militares é mentirosa
Gestão admitiu a ausência dos militares nas três unidades escolares da rede municipal, mas afirmou que vai retomar a oferta do modelo nas instituições.
A Prefeitura de Valença emitiu uma nota de esclarecimento sobre o suposto encerramento das atividades das escolas cívico-militares em Valença. Na publicação, a gestão diz que precisa de um tempo para fazer um alinhamento com o governador do Estado Jerônimo Rodrigues.
As três escolas mencionadas pelo pai de um aluno matriculado (que enviou a denúncia para o site) são da rede municipal de ensino de Valença, que nada tem a ver com o Governo do Estado. Pela lei, o município é responsável pela Educação Infantil e o Ensino Fundamental, enquanto o Estado deve ofertar o Ensino Médio.
As escolas Dário Galvão, Padre Souza e Municipal da Baixa Alegre, que tem o modelo cívico-militar, são vinculadas à Prefeitura e as turmas matriculadas são dos anos finais do Ensino Fundamental (6° ao 9° ano). Ou seja, não se sabe qual alinhamento será discutido com o governador, já que a pauta compete exclusivamente ao município.
Entenda o caso
Em denúncia enviada para o site, de acordo com os pais, os policiais militares da reserva, antes contratados para essas escolas, não estavam presentes no primeiro dia de aula, que aconteceu nesta segunda-feira, dia 10 de março. Isso causou um alvoroço nas três unidades escolares, já que, segundo as famílias, alguns servidores levantaram possibilidade do retorno não acontecer.
“Os próprios funcionários informaram que a decisão estava tomada, que o prefeito não queria permanecer com a gestão compartilhada. Ficamos apreensivos com o estado de espanto e tristeza dos nossos filhos. Se vai continuar, porque os policiais não estavam lá?”, questionou o pai (que pede a preservação de sua identidade) em novo contato com o Baixo Sul em Pauta.
Prefeitura aconselha a população a acessar canais oficiais de comunicação para obter as informações corretas, mas nenhuma palavra foi dita antes sobre o assunto
Antes de iniciar o ano letivo, nenhuma comunicação foi feita entre a Secretaria de Educação e os pais desses alunos, que explicasse porque os policiais não estariam presentes. Essa falta de diálogo gerou toda a insatisfação, já que as famílias estavam acostumadas a entregar seus filhos nas escolas e serem recebidos na porta pelos militares. A ausência deles causou estranheza e desconfiança sobre o que realmente estava acontecendo.
A nota da Prefeitura ainda classificou como “fake news” a reclamação das famílias, que procuraram a imprensa com o objetivo de pedir ajuda e fazer pressão no gestor sobre o assunto.
Na postagem da Prefeitura, uma chuva de comentários negativos e cobranças dos pais e alunos mostram que o cenário atual é exatamente como as famílias haviam reclamado. O medo de não terem mais esse projeto à disposição dos estudantes mobilizou toda as comunidades escolares envolvidas a reivindicar uma posição oficial.
Deu certo! Cobrança teve resposta e agora pais e alunos aguardam o retorno dos PMs
Após pressão, o governo municipal garantiu que vai continuar oferecendo a educação cívico-militar. Só não se sabe ainda quando as providências serão tomadas (confecção e distribuição do fardamento, contratação dos policiais, etc).
Por coincidência ou não, a Prefeitura publicou no Diário Oficial desta segunda-feira uma alteração na Lei Municipal aprovada pela Câmara de Vereadores no ano passado, que institui oficialmente a modalidade nas Escolas Padre Souza e Municipal da Baixa Alegre.
Confira a Nota da Prefeitura na íntegra:
Veja a publicação no Diário Oficial do Município:
Foto: Reprodução Redes Socias