Cairu entre as três cidades com a população mais pobre da Bahia
Município arquipélago, aonde está localizado o terceiro destino turístico do Estado, amarga os últimos lugares em desenvolvimento social e é uma das campeãs em pobreza e extrema pobreza: 91,35% dos moradores.
Reportagem publicada pelo site G1 destaca que três cidades baianas têm mais de 90% da população em situação de pobreza e extrema pobreza. Cairu é uma delas, tendo a maioria de seus moradores em vulnerabilidade social e um pequeno grupo de pessoas com real poder aquisitivo.
A matéria informa que as cidades de Rodelas, Cairu e Coronel João Sá têm mais de 90% da população em situação de pobreza e extrema pobreza no Cadastro Único (CadÚnico), segundo informações da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) da Bahia.
Mais de 90% da população dessas três cidades baianas são classificadas no CadÚnico em situação de pobreza e extrema pobreza.
O governo federal classifica como extrema pobreza quando a renda familiar é de até R$ 105 por pessoa, também chamada de renda per capita. Já a pobreza é considerada quando a famílias tem renda entre R$ 105,01 e R$ 210. Esses valores foram estabelecidos no mês de março, em decreto presidencial.
Os dados do Cadastro Único, referentes a fevereiro deste ano, apontam que a Bahia tem 8.635.007 pessoas cadastradas. Do total, 5.759.234 estão em situação de extrema pobreza e 608.442 em situação de pobreza.
Em 2022, os municípios com maior porcentagem de pessoas cadastradas em situação de extrema pobreza e pobreza (renda per capita entre zero a 210 reais – Decreto 10.852, de 8 de novembro de 2021), são:
Rodelas: Total de pessoas cadastradas: 8.304 – Pessoas em pobreza e extrema pobreza: 7.646 (92,08%);
Cairu: Total de pessoas cadastradas: 9.489 – Pessoas em pobreza e extrema pobreza: 8.668 (91,35%);
Coronel João Sá: Total de pessoas cadastradas: 13.574 – Pessoas em pobreza e extrema pobreza: 12.242 (90,19%);
Antônio Cardoso: Total de pessoas cadastradas: 8.807 – Pessoas em pobreza e extrema pobreza: 7.907 (89,78%);
Coração de Maria: Total de pessoas cadastradas: 19.472 – Pessoas em pobreza e extrema pobreza: 17.408 (89,40%).
“O CadÚnico consegue fazer um mapa representativo de pessoas vulneráveis, mesmo ele sendo auto declaratório. Lá a gente faz perguntas sobre qual tipo de acessos a serviços públicos que ela tem, acesso ao mercado de trabalho e escolaridade”, disse o coordenador do Bolsa Família, na SJDHDS da Bahia, Jaimilton Fernandes.
No questionário para o cadastramento, os funcionários da Assistência Social também perguntam sobre questões de saneamento básico, encanamento de água, coleta de lixo e energia elétrica.
“Infelizmente o salário mínimo, o real, perdeu o poder de compra. A inflação acaba consumindo boa parte do poder de compra das famílias”, diz Fernandes. O gestor conta ainda que, entre os cadastrados, a Bahia tem mais famílias que recebem o Auxílio Brasil do que pessoas que estão com a carteira de trabalho assinada.
“Esse é um movimento que a gente percebe, infelizmente. Quando aumenta o desemprego é que aumenta a demanda na Assistência Social. Quanto maior a precariedade dos empregos das pessoas, obviamente maior é a procura por um complemento de renda”.
Os números significam que a renda de Cairu está concentrada em 9,65% de seus moradores e que o desemprego é altíssimo. Essa posição, de 2° lugar no ranking negativo, é um contraste pelo fato de o Morro de São Paulo, que faz parte do município, ser o terceiro destino turístico mais visitado da Bahia. Os dados revelam que os resultados não são distribuídos com todos que vivem em Cairu e demonstra a necessidade de um planejamento que gere mais oportunidades e a aplicação de políticas públicas mais eficientes para melhorar a qualidade de vida da população.
Leia a reportagem do G1:
Com informações de João Souza: G1 BA Foto: Cairu Arquipélago de Encantos | Agência Andrade | Elton Andrade