30 de abril de 2025

30 de janeiro de 2024

Justiça de Valença condena um dos assassinos de João Victor Coutinho Silveira

Resultado é parte do desfecho do caso que ainda terá o julgamento da responsabilização de outros dois acusados.

 

Nesta terça-feira, dia 18 de março, o réu Anderson Gabriel Ferreira Pereira, vulgo “China”, foi julgado e condenado pelo homicídio de João Victor Coutinho Silveira. A sessão foi realizada na 1ª Vara Criminal da Comarca de Valença.

O crime ocorreu em 2022, quando a vítima, que tinha 19 anos de idade, foi encontrada sem vida na manhã do dia 16 de agosto, dentro de um barco atracado no Rio Una, na Rua Júlia Petit, bairro Tento, em frente à Igreja de São Pedro, em Valença-BA.

A investigação indica que os elementos armaram uma emboscada e atraíram o jovem até o local onde ele foi encontrado morto. O laudo pericial comprovou que João foi surpreendido com 5 tiros de arma de fogo calibre 22 na região da cabeça e no tórax, sendo executado sem possibilidade de defesa e por motivo banal.

Depoimentos que constam nos autos foram as principais provas apresentadas pelo Ministério Público que corroboraram com a acusação. Testemunhas relataram ter visto os acusados saindo da cena do crime logo após os disparos, cada um para o lado onde residiam no bairro do Tento. Duas dessas testemunhas foram encontradas mortas posteriormente, sendo um deles suspeito de envolvimento. Uma outra pessoa está vivendo escondida fora do Estado da Bahia, tendo mudado diversas vezes sua versão nas oitivas, depois de revelar que viu os acusados correndo do local do crime no dia do homicídio.

Dos 4 homens suspeitos, um morreu e três deles tiveram prisão preventiva decretada e foram capturados um tempo depois do assassinato, incluindo China, agora condenado pelo crime com sentença proferida pelo Excelentíssimo Juiz Doutor Diogo Souza Costa. A pena será de 12 anos de prisão em regime fechado. Ele ainda deverá ser transferido em breve para a Penitenciária Lemos de Brito, em Salvador.

O júri popular foi acompanhado por forte esquema de segurança, com a presença de vários policiais militares, que garantiram a ordem na sessão.

Familiares e amigos de João estavam presentes durante todo o julgamento e se emocionaram ao longo de 10 horas de debates entre defesa e acusação. Eles estampavam camisas com a foto e o nome dele. Cada um levou itens para alimentação e se uniram em solidariedade e busca por justiça.

Durante o julgamento, Anderson Gabriel, o China, se declarou inocente, disse que não tinha nada contra a vítima e levou um aparato jurídico para a sua banca defensora vinda da capital baiana, composta por 7 advogados que se revezavam em debates aflorados, na tentativa de negar os fatos e livrá-lo da cadeia. A promotora, por sua vez, apesar de sofrer provocações da defesa que alegava sua desqualificação na condução do processo, se manteve calma e firme na demonstração de seus argumentos e apresentando o conjunto probatório. Ela convenceu o corpo de jurados selecionados por sorteio, que acompanharam todos os detalhes do caso e decidiram, em maioria absoluta, que China é culpado, concluindo essa etapa e trazendo uma resposta judicial para o caso que abalou a comunidade valenciana.

Dois outros acusados do crime, Iago Almeida Ribeiro e Lucas Nascimento dos Santos, conhecido como “Luquinhas” ou “Fantasma Preto”, ainda terão o júri popular marcado, em sessão conjunta. 

 

Foto: João Victor Coutinho Silveira (vítima)| Reprodução Redes Sociais

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