Sob os olhos de Tempo: A Comunidade Caxuté se prepara para mais uma batalha contra o racismo religioso.
Por Lúcio Mutasí
Dando continuidade à celebração dos 21 anos de Mam’etu Kafurengá – Mãe Bárbara de Cajaíba, a Comunidade Caxuté se articula mais uma vez para a tradicional Kizoomba Maionga – Festa do Banho Sagrado, realizada há mais de 26 anos, em homenagem ao Nkisi Kitembu, um dos Patronos da comunidade.
Mais uma vez, este será um momento de culto à ancestralidade, educação e de reafirmação de nossa luta contra o racismo religioso, que tanto assedia e ataca as casas e o povo de Matriz Africana.
Um fato inédito que marcara este momento é a audiência judicial a ser realizada no dia 10/08, de forma on-line, que julgará o caso do racismo religioso praticado pelo Pastor, vizinho à Comunidade, que utilizou-se do espaço de nossa Kitaanda Bantu para ofender e ameaçar a lider religiosa e toda comunidade diversas vezes, em especial durante momentos de celebração sagrados de nosso calendário.
O espaço da Kitaanda, que o Pastor utilizou como pretexto para ofender os membros do local, foi construído de forma comunitária, abrigando hoje a pequena feira de quitutes, artesanatos, banhos e demais, produzidos no local, como também a nossa Biblioteca Comunitária de Rua e a Casa da Cigana Mariana, Ancestral que guia e protege a Comunidade Caxuté.
Sob os olhos de Tempo, a luta contra o racismo, a perseguição e a mentira novamente será vencida, perpetuando, mais uma vez, a força, o nguzu e a resistência do povo bantu-indígena do campo, que sustenta esta nação.
Sobre o autor:
Lúcio Vital Moreira Costa – Mutasí, 19 anos, Graduando do Bacharelado em Zootecnia do IF Baiano – Campus Santa Inês, Muzenza e Taata Mabaia do Nzo Nkasute ya Kitembu Marvila (Comunidade Terreiro Caxuté).