Paulo Martins: um embaixador de Valença

Analisando o ex-secretário de Indústria e Comércio de Valença, Paulo Martins, percebe-se que ele demonstra uma característica interessante em seu perfil: o trânsito com políticos e uma capacidade de se articular com diversos grupos com facilidade. Normalmente isso não é comum. Não há muita mistura. Os grupos se separam e geralmente impedem que isso aconteça.

Representando o deputado federal Cláudio Cajado, Paulo do Ferro Velho, como é conhecido popularmente, fez parte do Governo de Ricardo Moura, que entregou o novo Calcadão e apresentou outros resultados com apoio do parlamentar. Certamente, no Congresso Nacional, dentro de seu gabinete, no mapa da Bahia, tem um marcador verde em cima de Valença exatamente pela existência de Paulo. Não se poder negar que é uma relação de irmandade produtiva entre os dois.

O que chama atenção é que Paulo Martins também teve facilidade de aproximação com o atual prefeito Jairo Baptista, que acabou escolhendo Cajado como seu candidato a federal nas eleições deste ano.

Nesse alinhamento e talvez pela sagacidade de seu cabo eleitoral valenciano e assessor, que já o acompanha há muitos anos, Cajado optou por priorizar o envio de suas emendas para benefícios mais visíveis que quase sempre não necessitam de uma participação concreta do executivo municipal ou estadual.

Alguns deputados federais tem por aí uma gama de recursos mandados que dependem de A, B ou C para concretizar a obra. Isso atrasa a conclusão da chegada do benefício prático.

Já Cajado optou pelo caminho mais ágil com a liberação de máquinas e equipamentos que chegaram mais rápido e já começaram a trabalhar pela população. Essas ações não tem aquele trâmite longo que às vezes se arrasta desde o envio do recurso até a materialização.

Foi assim que Cajado conseguiu caminhar por Valença, e aparecer em várias entregas na cidade e sair em fotos com todos os últimos prefeitos que passaram pelo Palácio dos Mármores. Nessa trajetória, Paulo aparece como uma espécie de embaixador de Valença junto a um gabinete parlamentar que, sem dúvidas, enxerga a capital do Baixo Sul.

Ao subir as escadas da Prefeitura, Paulo consegue despir a roupa de lado político e cumprir o papel de alinhar gregos e troianos em torno de Cajado ou Cajado em torno de Valença. É uma fórmula que pode mexer no tabuleiro político, se Paulo resolver abrir a porta dos bastidores, de onde ele trabalha mais quietinho, e sair para o protagonismo.