Eu explico a razão das duas datas comemorativas: a região onde hoje é constituído o município de Cairu era primitivamente habitada pelos índios Tupis.
A chegada e penetração de europeus no território iniciou-se na primeira metade do século XVI, por Francisco Romero, espanhol, a mando do donatário português da Capitania de Ilhéus, Jorge de Figueiredo Correia. O administrador Romero, encantado com o clima e a beleza do local, iniciou em Cairu/Morro de São Paulo, uma povoação, fugindo de enfrentar os temíveis aimorés em Ilhéus.
Assim, Cairu foi tornada vila em 7 de dezembro de 1608, das mais importantes da Colônia, inclusive sendo sede de ouvidoria da Capitania de Ilhéus, tendo sido também, em 1608, criado o municipio, desmembrado de Ilhéus, recebendo a denominação de Vila de Nossa Senhora do Rosário do Cairu. A Sede foi tormada freguesia sob os auspícios de Nossa Senhora do Rosário, em 1610.
O segundo aniversário é quando Cairu foi elevada à categoria de cidade, através do Decreto-Lei Estadual de 30 de março de 1938.
Em 1610, pela criação da freguesia de Nossa Senhor do Rosário de Cairu, sede de paróquia. Era, na época, uma consequência de ordem religiosa que já fosse uma Vila com constituição de município. Os símbolo dessa autonomia eram a Câmara e Cadeia e, depois dela, a igreja e freguesia (status religioso). Dessa forma, se for tomar o marco religioso, são 413 anos este ano.
Portanto, hoje (30 de março), Cairu completa 85 anos de elevação à categoria de cidade. A emancipação política se deu em 7 de dezembro de 1608, quando é tornada Vila e desmembrada de Ilhéus. Ou seja, esse marco histórico será comemorado em 7 de dezembro, quando o município completa 415 anos.
O Convento de Santo Antônio é uma das mais importantes edificações de Cairu.
Foto: Cairu - Arquipélago de Encantos | Agência Andrade | Elton Andrade
Sobre a autora:
Rosângela Góes de Queiroz Figueiredo é professora da Rede Estadual de Ensino da Bahia, graduada em Letras e especialista em Avaliação, escritora, membro da Academia de Letras do Recôncavo-ALER, e da Academia de Educação, Letras e Artes de Valença-AVELA.