Jerônimo vai entregar Orla de Taperoá primeiro que a de Valença
Obra no município polo do Baixo Sul começou bem antes, mas a conclusão "tá de rosca".
Jerônimo Rodrigues estará em Valença na sexta-feira (24) e em Taperoá no domingo (26), agendas confirmadas pelo cerimonial da Governadoria. Ambas tem a previsão de entregas e anúncios de mais investimentos para os dois municípios do Baixo Sul.
O que chama a atenção é que ele vai primeiro inaugurar a Orla de Taperoá – que começou bem depois da de Valença.
3 anos de espera e muita frustração
A revitalização da Orla de Valença começou em 2022 com investimento de cerca de R$ 6 milhões, sob a responsabilidade da Conder, órgão vinculado ao Governo do Estado. Hoje, quase três anos depois, esse valor certamente não é mais suficiente para concluir a obra, que foi uma trapalhada só em todo o seu andamento. Boicotes políticos, brigas pela “paternidade da criança”, mudanças de empresas, suspeitas de caciques operando contra por debaixo do pano, indícios de laranjas assumindo, supostas manobras para aumentar os valores, subcontratações, trabalhadores sem receber, manifestações com queima de pneus nas ruas e o frequente paradeiro dos serviços de reforma.
Além disso, é visível a falta de planejamento. Começam pelo piso, passam para os balaustres, pulam para a iluminação sem acabar a outra etapa e por aí vai.
Em meio a esse processo longo e frustrante, retiraram a placa da obra, não dão satisfação a ninguém e o principal cartão postal do coração da cidade continua sem uma estrutura digna de sua paisagem.
O Rio Una chora, poluído e entristecido com o cenário ao seu redor. Matos crescendo pelos meios fios, materiais de construção largados nos cantos, nenhum sinal de projeto paisagístico, quiosques parcialmente destruídos, uma confusão total.
Período longo de desocupação dos quiosques passa dos limites gerando crise emocional e financeira para os comerciantes
Os comerciantes da Orla saíram dos quiosques e alugaram pontos nos arredores da Avenida Maçônica, até o momento sem nenhuma previsão de retorno de suas atividades nos locais de origem. Isso gerou muitos transtornos, dificuldades financeiras, preocupações e agonia para eles e suas famílias.
Obra a passos de tartaruga e falta de fiscalização do contrato
Atualmente, a requalificação da Orla está paralisada. Uma empresa chamada SIAN ganhou a licitação, mas nunca colocou a mão na massa. Preferiu terceirizar os serviços e, mesmo com postura fragrantemente irresponsável, não teve o contrato cancelado. A consequência disso foi a constante paralisação da execução dos serviços e um atraso fora do normal.
Taperoá em berço esplêndido e a descrença do povo de Valença
Enquanto a obra de Taperoá nunca ficou parada, a de Valença foi suspensa inúmeras vezes e hoje está “largada às traças”. O ritmo lá e cá não segue a mesma sintonia. O detalhe é que as duas Orlas, a de Valença e a de Taperoá, são conduzidas pela CONDER, mesmo órgão estadual. Então, o que há de errado com a capital do Baixo Sul?
E para quem diz que as urnas definem esse tratamento diferenciado, deve estar certamente errado, já que É ÓBVIO que um gestor precisa investir sim aonde não foi bem, buscando, lógico, reverter a imagem e angariar o suco doce da política: VOTO. Isso é básico na cartilha eleitoral.
A situação exige que Jerônimo, no mínimo, toque no assunto na visita a Valença e, de verdade, e de uma vez por todas, tome a frente disso, dando as devidas ordens para a solução do problema, e assim retomar a credibilidade, em parte, perdida, em relação aos investimentos estaduais em Valença.
O fato é que essa “desesperança” de uma parcela da população valenciana nos anúncios do Governo da Bahia na principal cidade da Costa do Dendê tem motivo e endereço. É a Orla! Entretanto, Taperoá vive outra “vibe”. A de um município que, mesmo sendo bem menor, praticamente do tamanho do bairro da Bolívia, tem, além de mais presença do “GOV” em solo taperoense desde que foi eleito, rapidez e volume na entregas do Estado.
Fotos: Orla de Taperoá | Unir Jovens Taperoá