Festa de Iemanjá do Guaibim é cancelada pela Prefeitura de Valença
Algumas pessoas pedem que empresários banquem o evento, entre eles o próprio prefeito, que tinha o acostume de patrocinar iniciativas particulares e ajudar a financiar festejos.
Boa parte dos fazedores de cultura de Valença se revoltou com a suspensão da Festa de Iemanjá anunciada ontem. Nos grupos de WhatsApp da cidade, representantes criticaram a decisão.
Por outro lado, pessoas defenderam a medida, alegando que não é hora de festejar e nem de cumprir calendário cultural, mas sim de equilibrar as contas e arrumar a casa.
Ocorre que, ano passado, quando Jairo recuou no apoio à Lavagem do Amparo, os mesmos que agora aplaudem a suspensão da Festa de Iemanjá, criticaram bastante. Não se está defendendo aqui o gestor anterior. Não é isso. Só comparando as reações.
O fato é que, para alguns, a cultura é sempre a primeira a ser sacrificada, considerada “menos importante”. Há uma mentalidade de que ela pode ser sempre deixada pra depois.
Ora, uma festa tradicional como o presente de Iemanjá não custa muito ao município, não vai quebrar a cidade que arrecada mais de 30 milhões por mês. O próprio prefeito deu discurso na semana passada no palanque do Governador de que economizou nesses primeiros dias de governo e tinha mais de 20 milhões já disponível em caixa.
Portanto, o decreto deve ser suspenso. Prejudica o calendário de festas populares. É inútil e improvisado. Não há um relatório formal que justifique.
Mas, caso se teime em permanecer com esse decreto sem fundamento e sem aprovação do Estado como manda a lei, como ideia para viabilizar financeiramente a tradicional manifestação cultural que todos os anos acontece no dia 2 de fevereiro, na Praia de Guaibim, algumas pessoas pedem que empresários se juntem para bancar a entrega dos presentes. Um deles é Marcos Medrado, que, agora prefeito, é o dono da Rádio Valença FM e da Rádio Clube de Valença. O radialista sempre patrocinou eventos do próprio bolso antes de sentar na cadeira como gestor municipal. Agora não pode ser diferente, já que as atitudes do empresário eram “por amor a Valença” e não meramente eleitorais. No ano passado até camisa mandou fazer. Este ano, a expectativa é que o cortejo seja ainda maior e com mais gente.
A chave do cofre da Prefeitura foi trancada para as tradições culturais, mas o da casa do empresário, ele pode abrir e soltar como sempre fez.
Só não pode fazer o que fez com a Igreja da Matriz ele prometeu na rádio e está gravado, isso antes da eleição, que daria, do próprio bolso, 200 mil reais para a reforma do telhado, o que não aconteceu.