9 de outubro de 2024

30 de janeiro de 2024

ENTREVISTA COM LUÍS DÁTTOLI

Ele fala sobre o Novo Terminal Hidroviário de Valença, prestes a ser inaugurado, e as concessões que venceu também no município-arquipélago de Cairu.

 

Luís Dáttoli, empresário, conhecido como Luizinho, proprietário de um dos grupos empresariais que mais investem na região – o Grupo Dáttoli – concede entrevista ao Baixo Sul em Pauta.

Confira: 

Baixo Sul em Pauta: Luís, a população tem curiosidade de saber como surgiu as parcerias que a Dáttoli firmou com as gestões municipais de Valença e Cairu para administrar os terminais? O formato é semelhante?

Primeiramente gostaria de agradecer pela oportunidade de conversar com o povo de Valença e também do arquipélago de Tinharé.

Houve uma concessão pública em Valença e também em Cairu, mas em formatos diferentes. Em Valença, a concorrência foi feita para que a empresa que vencesse, administrasse os terminais, mas antes tinha que realizar as reformas e construções. Nós vencemos e estamos cumprindo.

Já em Cairu, a modalidade foi diferente: o Grupo Dáttoli venceu a concessão na gestão passada para administrar os terminais do Morro de São Paulo e Gamboa e pagou 1 milhão de reais à vista à Prefeitura de Cairu, que licitou e contratou outra empresa para realizar as reformas.

A empresa Edifica Construções é que tem que fazer a reforma do Morro, da Gamboa e de Boipeba, como previsto do edital, e, depois de prontos, entregar a Dáttoli para administrar.

Baixo Sul em Pauta: A que você atribui as reclamações dos usuários sobre transtornos com as reformas? Há algum atraso nessas obras nas ilhas de Cairu ou falta de planejamento?

A gestão atual não queria que o contrato continuasse no formato original e propôs que a Dáttoli assumisse as obras dos terminais. Isso não era possível porque o contrato assinado tem que ser cumprido e as cláusulas são claras. Não se pode mudar as regras do jogo com ele em andamento. Tivemos um entrave jurídico no início deste ano que fez com que realmente se perdesse tempo. Comprovamos dentro da legalidade que tínhamos razão. Mas o impasse foi resolvido, porque temos todas as garantias, depositamos o dinheiro dentro do prazo, cumprimos rigorosamente com nossa parte e agora é com a Prefeitura de Cairu que deve fiscalizar a execução dos serviços da empresa vencedora da licitação das reformas nas ilhas, que, repito, não é a Dáttoli.

Atualmente estamos com um prejuízo enorme com essa situação porque essas obras já poderiam estar prontas.

Baixo Sul em Pauta: Nessas últimas semanas, alguns vereadores de Cairu tem usado a tribuna da Câmara dando a entender que os transtornos com a obra devem ser resolvidos pela Dáttoli. O que aconteceu?

Estão enganados! Se a prefeitura não fiscaliza as obras, isso deve ser motivo de cobranças desse mesmos parlamentares, mas não à concessionária e sim à construtora e à gestão.

Tudo que ocorrer de problemas nas obras dos terminais, com píers, interdição ou outros transtornos por causa da reforma, é de responsabilidade da construtora. Os vereadores precisam se informar antes, inclusive com o executivo, que deve dar transparência em suas ações para que não cause nenhum erro de interpretação. Se sabem que não somos nós que estamos fazendo as reformas, são negacionistas – porque estão negando a realidade – e tentam confundir a população, não sei com que propósito. Minha parte eu cumpro. Eles podem procurar a documentação e fazer uma rápida consulta para comprovar o equívoco nos discursos. O que sei sobre a reforma é que o contrato com a empresa Edifica foi aditivado. Então, não há porque haver nenhuma morosidade.

Baixo Sul em Pauta: A nota emitida no dia 5/10 pela Prefeitura de Cairu diz que faria uma reunião com a concessionária para resolver problemas com o píer. Por que deram a entender que a Dáttoli seria a responsável? 

Foi má-fé! A Edifica Construções é que tem a responsabilidade sobre o píer que eles mesmos alugaram, porque o problema foi ocasionado por algum procedimento durante a reforma. Eles têm que providenciar o funcionamento do embarque e desembarque enquanto realizam a obra.

A prefeitura deixa a desejar quando não cobra a quem tem o dever de resolver esses problemas. O conteúdo da nota é lamentável! Um texto com fake news publicado oficialmente pela PMC. Não deveriam ter mencionado a palavra “concessionária” e sim expressamente o nome empresa responsável pelos serviços de reparos. O papel da Dáttoli é claro. São dois atores diferentes no processo. A nota é dúbia, desinforma, nos mete num problema que não temos gerência.

Eu acho que temos coragem de investir na nossa região e isso causa reações adversas. As pessoas devem se informar, principalmente quem tem o dever de fiscalizar os problemas e seus responsáveis. Eu espero que o prefeito e os vereadores não enganem mais a população sobre isso e se voltem a quem tem que prestar os devidos esclarecimentos. Nesse caso, não é a Dáttoli.

Vamos aguardar a empresa Edifica, que é a responsável, concluir o seu trabalho e a partir daí, a Dáttoli vai administrar e manter.

Baixo Sul em Pauta: Algo mais a acrescentar?

Nós cumprimos tudo que nos propomos a fazer. Temos essa marca há 17 anos. Muitos participam de licitações pensando só em ganhar dinheiro. No caso de Cairu, tiramos do bolso antecipadamente, investimos, acreditamos, tivemos coragem.

Poucos empresários querem investir aqui por causa dessa energia que alguns tentam criar. Se Valença vai ganhar três novos terminais em tempo recorde e ainda o Atracadouro Bom Jardim todo revitalizado, é porque a Dáttoli está efetivamente envolvida em todas as etapas.

Em Cairu, estamos ansiosos para que eles cumpram com o papel deles: a construtora e a gestão municipal. Nós já cumprimos o nosso.

 

Para resumir, veja a Linha do tempo:
  • Prefeitura de Cairu realiza concorrência pública para administração dos terminais;
  • Dáttoli ganha a concessão de uso para a administrar os terminais;
  • Dáttoli faz o aporte financeiro depositando 1 milhão na conta da Prefeitura;
  • Com recursos disponíveis, Prefeitura realiza licitação para reforma dos terminais
  • Empresa Edifica Contruções Eirelli é a vencedora
  • Obra inicia
  • Muda o governo municipal; Prefeito quer mudar o contrato e entregar a obra para a Dáttoli assumir;
  • Dáttoli comprova juridicamente que não é possível alterar;
  • Prefeitura aditiva contrato da empresa Edifica para equilíbrio financeiro (passou o tempo e os recursos já não são suficientes para realizar a obra);
  • Obra é retomada;
  • Vereadores cobram da Dáttoli sobre problemas com a obra, feita pela outra empresa.

Nas fotos e vídeos, a equipe da Dáttoli resgata do fundo do mar e recupera o píer alugado pela empresa Edifica Construções. Segundo testemunhas, o píer ficou batendo na estrutura do cais sem a devida proteção e por isso afundou. 

 

 

 

 

 

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