Licitação publicada para revitalização do prédio da Câmara de Valença
Projeto será elaborado antes da obra. Avanço foi comemorado por Fabrício Lemos, atual presidente da Casa.
Na foto, vereadores entregam a reivindicação da reforma do prédio da Câmara ao Prefeito Jairo Baptista, em janeiro de 2022.
A luta da atual mesa diretora da Câmara Municipal de Valença, comandada pelo vereador Fabrício Lemos, teve um avanço positivo. O prédio histórico será, finalmente, revitalizado. É o que diz o diário oficial do município do dia 20 de maio de 2022, que publicou o aviso de licitação para elaboração de projeto da reforma do imóvel mais importante da capital do Baixo Sul. Isso significa que a Prefeitura de Valença vai contratar uma empresa que, antes de reformar, deverá realizar estudos técnicos que avaliem o estado de sua estrutura e, depois disso, será elaborado um projeto que leve em conta a manutenção de sua edificação genuína, tal como foi construída.
A possibilidade do monumento, que fica em frente ao Rio Una, ser requalificado e ainda presenvando a sua estética estilística, é um alívio para os atores culturais de Valença, em meio às ameaças de destombamento da antiga cadeia pública.
Segundo Fabrício Lemos, o antigo paço Municipal não é da Câmara, mas sim do povo de Valença, por ser considerado um patrimônio da cidade. Para ele, a missão de colocar o imóvel pra funcionar e novamente à disposição do público, não é fácil, mas ele acredita na conclusão e comemorou o passo dado.
Desde que assumiu a presidência da casa legislativa, o vereador Fabrício Lemos e demais parlamentares tem insistido pela reabertura da Câmara em seu local original, que está interditado há alguns anos, sustentado por escoras que ainda o mantém de pé.
Sem a “caneta” para executar, restou ao legislativo articular e solicitar apoio. Uma peregrinação em Salvador, visitas e reuniões ao Ipac e outros caminhos traçados marcaram o início da gestão do atual presidente.
Fabrício Lemos disse que considera uma “questão de honra” a entrega dessa obra e que tem esperança de conseguir realizar uma sessão lá ainda neste mandato.
“Reinaugurar a nossa casa será uma alegria. Estou focado nisso e o executivo finalmente atendeu a esse anseio popular que significa a devolução de um magnífico patrimônio à população e a valorização da nossa história. Nesse local, passaram nossos ancestrais e as gerações devem ter a oportunidade de conhecer o enredo cultural de sua terra natal. Pra isso, é preciso manter a memória viva de nossa cidade. Seguimos na luta!”, ressaltou o presidente.
Origens e Raízes:
De acordo com a pesquisadora Rosângela Góes, escritora de um livro sobre a história de Valença, que ainda será publicado, o palacete, que se tornou sede do Paço Municipal em 1878, é um dos símbolos da identidade arquitetônica da cidade e foi construído em 1849, pelo Capitão-Mor de Valença, Bernardino de Sena Madureira, que era um dos proprietários da Fábrica de Tecidos Nossa Senhora do Amparo e uma das principais lideranças da região no século XIX. Esse palacete veio a hospedar o Imperador D. Pedro II e a Imperatriz Teresa Cristina de Bourbon, no período de 21 a 25 de janeiro de 1860, quando em visita a Valença para conhecer a Fábrica Todos os Santos. O prédio era a residência do Comendador Madureira, nome da rua onde está localizado, e foi adquirido pela Câmara Municipal de Valença pelo valor de 40.000$000, ou seja quarenta contos de réis.
Foto: Memorial da Câmara de Veradores