Bolsonaro pede volta às aulas: “nunca deveria ter fechado”
Em live, o presidente criticou a paralisação das escolas e cita baixa transmissibilidade em crianças.
Na live de quinta-feira, 13 de maio, o presidente Jair Bolsonaro criticou a suspensão das aulas presenciais nas escolas do país. Segundo ele, as escolas nunca deveriam ter parado as suas atividades.
“La atrás, em abril de 2020, eu falei que tava defendendo a volta às aulas por vários motivos, mas a imprensa desceu o cassete em mim”. Em seguida, o presidente lê uma matéria da época a respeito disso: “Contrariando as recomendações da OMS, Bolsonaro volta a defender volta às aulas”.
Logo depois, ele mostra uma matéria publicada no último dia 10 de maio, no Jornal O Globo, com o título: “Crianças tem baixa taxa de transmissão do vírus. Estudo coordenado pela Fiocruz pode nortear a reabertura das escolas”.
Na matéria citada por Bolsonaro, pesquisadores chegaram a conclusão que as crianças não são os maiores transmissores do vírus da Covid, e que, sem cuidados básicos, a reabertura das escolas aumentará a circulação do coronavírus. Mas, se tomadas as precauções, as escolas podem não ter grande impacto na proliferação.
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“Até quando vão querer fechar a escola? Não podemos ficar pra trás na formação da nossa juventude”, questionou Bolsonaro, dizendo ainda que essa situação já passa de um ano e meio, o que pode comprometer uma geração.
Link da live do Presidente Jair Bolsonaro:
(Aos 7:40 de transmissão da live, ele dá a declaração sobre a volta às aulas).
Atualmente, Estados e municípios iniciaram a vacinação dos profissionais da Educação, que ainda está em andamento, mas não contemplou toda a categoria e segue suspensa por falta de doses em algumas capitais e cidades do interior pelo país.
Os sindicatos tem se posicionado contra o retorno das aulas. A APLB da Bahia, por exemplo, tem publicado manifestos em jornais de grande circulação e na imprensa regional sobre o assunto, após decisão da Prefeitura de Salvador que determinou o retorno do ano letivo presencial na Rede Municipal de Ensino na capital baiana.
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Em São Paulo, o governador João Dória também deliberou o retorno do ensino presencial e os pesquisadores do Observatório Covid-19BR, da Rede de Análise Covid-19 e da Campanha Nacional pelo Direito à Educação reagiram.
“Não é hora de retomar as aulas presenciais, sob o risco de transformar as escolas em espaço de disseminação do vírus e de ameaça à vida”, diz trecho da Nota técnica divulgada.
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A avaliação vai na mesma linha das recomendações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que defende que 25% dos leitos de UTI devem estar disponíveis para que a situação seja considerada segura.
A Fiocruz também considera que a taxa de positividade dos testes RT-PCR, que detectam a infecção ativa, precisa estar abaixo de 5% para garantir que a situação está controlada para a retomada das aulas presenciais.
Desde 2020, a fundação tem publicado textos a respeito do planejamento para o retorno seguro das aulas presenciais, em várias versões, apontando orientações para a tomada de decisão com o objetivo de assessorar a comunidade escolar na adoção de medidas para o ensino em sala de aula, dependendo dos indicadores epidemiológicos da pandemia.
https://campusvirtual.fiocruz.br/portal/?q=noticia/60150
Veja o estudo completo com as contribuições da Fiocruz, clicando no link do arquivo abaixo:
contribuicoes_para_o_retorno_escolar_-_08.09_4_1
Em resumo, os pesquisadores defendem que a volta às aulas seja possível após a vacinação dos profissionais de educação, além de adoção dos cuidados de higiene, distanciamento social e uso de máscara. A conclusão é a de que somente com 85% dos brasileiros vacinados, haverá contenção da pandemia.
Os cientistas ressaltam que mesmo não tendo papel importante na transmissão da Covid-19, é preciso incluir as crianças nos ensaios clínicos de imunizantes, mas nenhuma vacina foi aprovada para este público. No entanto, alguns fabricantes já iniciaram testes.