Ambulantes pedem socorro na Câmara após serem removidos da Praça da República: “Estamos sem renda e esquecidos pela prefeitura”
Na sessão desta terça-feira, 7 de outubro, a Câmara de Vereadores de Valença recebeu um grupo de ambulantes que, em tom de desabafo, pediu ajuda aos parlamentares diante da crise que enfrentam desde que foram retirados da Praça da República. O grupo, que comercializava alimentos e lanches no coração da cidade, afirma estar sem clientes e sem condições mínimas de trabalho após ser remanejado há cerca de dois meses para a Praça da Bandeira – um local descrito por eles como “sem estrutura, sem movimento e sem esperança de melhorar”.
Segundo os trabalhadores, o novo ponto não possui iluminação adequada, segurança nem piso nivelado. Além disso, está afastado da travessia urbana principal de Valença, o que praticamente zerou o fluxo de clientes. “A gente vive do que vende por dia. Lá, ninguém passa, ninguém compra. Tem colega sendo despejado de suas casas porque não consegue pagar o aluguel”, relatou um dos ambulantes presentes à sessão.
No mês passado a Coelba chegou a retirar uma instalação irregular de energia que, de acordo com os comerciantes, foi feita pela gestão. “Fizeram um gato pra iluninar a praça que arrancaram porque era ilegal”, contou a dona de uma das barracas.
A mudança, segundo os comerciantes, teria ocorrido sem diálogo prévio e sem que alternativas fossem apresentadas. Com a Praça da República em obras de revitalização, eles alegam que foram “jogados” na Praça da Bandeira e abandonados à própria sorte.
O vereador Ryan Costa, que já havia apresentado uma indicação sugerindo que os ambulantes fossem realocados para a Praça Ademar Braga Guimarães, reforçou a necessidade de encontrar uma solução urgente. “O poder público precisa olhar para essas famílias. É possível garantir um local mais adequado, com fluxo de pessoas e dignidade para quem trabalha”, afirmou.
Uma das propostas apresentadas seria transferir temporariamente as barracas para a Rua Comendador Madureira, em frente ao prédio histórico da Câmara, onde o movimento é maior e há melhor visibilidade.
Os ambulantes também reclamaram da falta de diálogo com a Prefeitura. “Não conseguimos falar com o prefeito. Ele é inacessível”, disseram durante a sessão. Segundo os relatos, nem a Secretaria de Desenvolvimento Econômico nem a de Ordem Pública têm dado retorno às tentativas de contato.
Ao final da reunião, vereadores se comprometeram a intermediar um encontro com o prefeito para que os trabalhadores sejam ouvidos e uma saída seja construída de forma conjunta. Enquanto isso, os ambulantes seguem tentando sobreviver – agora, em meio ao abandono e à incerteza.


