ACM Neto dá a entender que DEM poderá ficar em cima do muro nas eleições presidenciais
Fusão com o PSL terá candidato a presidente em 2022, mas apoio a Bolsonaro será livre nos Estados.
Em entrevista ao Estadão, publicada nesta segunda-feira (27), o ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratas, ACM Neto, afirmou que o DEM, apesar de ter intenção de lançar candidato a presidência da República com a fusão com PSL, cada diretório ficará livre para apoiar quem quiser. Segundo ele, nos Estados, os candidatos poderão apoiar Bolsonaro, mesmo se o novo partido realmente tenha candidatura própria.
“A gente acha que nasce com musculatura suficiente para isso. Não significa que a gente pretenda estabelecer qualquer tipo de constrangimento para as lideranças e figuras do partido que eventualmente em seus estados tenham uma situação distinta da nacional”.
Ele também disse que o novo partido, ainda sem nome, está prestes a oficializar a união e será presidido por Luciano Bivar, que é o atual dirigente nacional do Partido Social Liberal. Também conforme ACM Neto, logo após os partidos [DEM e PSL] se transformarem num só, haverá, em outubro, uma Convenção Partidária que definirá os rumos da sigla.
Após referendada a união que tem sido anunciada, a expectativa é o surgimento de um superpartido de direita, no que se refere aos recursos financeiros e a quantidade de políticos que vai abrigar.
O PSL foi o partido que Bolsonaro disputou e venceu as eleições em 2018 com o apoio do Democratas, mas hoje o Presidente da República ainda não é filiado a nenhuma sigla para a disputa do ano que vem, quando tentará a reeleição.
ACM declara ser oposição ao presidente Jair Bolsonaro, mas seu partido, o DEM, atua com alinhamento político ao Governo Federal no Congresso Nacional, seguindo as votações favoráveis ao Palácio do Planalto. Além disso, o DEM ocupa dois Ministérios: do Trabalho e Previdência, com Ônyyx Lorezoni, e da Agricultura, com Teresa Cristina.
Três pré-candidatos do DEM e do PSL aparecem nas pesquisas para as eleições presidenciais do ano que vem: o ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandeta e o apresentador José Luís Datena, além de Rodrigo Pacheco, que comanda o Senado e também se colocou como opção para a sucessão de Bolsonaro.