O jornal americano “The Washington post” tem um lema muito interessante, o qual adota desde 2017: “a democracia morre nas trevas”. O que isso quer dizer é que a questão. Eu particularmente sempre fui um grande consumidor de notícias, já que desde garoto assistia o jornal nacional quase toda noite. Apenas quando fiquei mais velho é que realmente fui me questionar sobre o que eu estava assistindo e sobre o papel da mídia no mundo.
Não vou fantasiar e dizer que os grandes veículos de comunicação não possuem seus próprios interesses e desejos, seria idealista demais até para mim, que sempre fui sonhador. Sim, a grande mídia pode seguir tendências e influenciar a opinião popular de algum jeito. Contudo, percebo que nos dias atuais, esse pensamento se tornou apenas um meio de moldar a massa. Creio que a razão sempre se mostra um ótimo meio de lidar com o mundo, e nesse caso não poderia ser diferente. Há uma linha bem clara, e tem que haver, entre a desconfiança saudável e a conspiração exacerbada e qualquer pessoa de bom senso poderia apontá-la.
Conspirações, notícias falsas, distorções, tudo isso se tornou comum na rotina dos brasileiros. Em um ambiente assim, como separar o verdadeiro do falso? Bem, como tudo em uma democracia, exige uma determinação e a crença nos valores já fincados, como o respeito às liberdades individuais e a participação cidadã na verificação dos fatos, com um verdadeiro uso racional das ideias.
Porém, não me esqueço de uma frase que um professor me disse numa aula da universidade, era mais ou menos assim: “ quer saber porque tal problema acontece? Tem alguém ganhando dinheiro com isso”. A desinformação se tornou uma política, e mais importante: um negócio. Agências de disparos em massas, políticos e empresários podem lucrar muito com esse clima de desconfiança generalizada, e aos poucos, as pessoas vão esquecendo da realidade, negando os fatos e se fechando em bolhas, nas quais irão ouvir apenas o que lhes é conveniente, muito similar ao filme Matrix, que com seus 22 anos, continua extremamente atual.
A democracia morre nas trevas quando não há livre informação, quando inexistem debates acerca do que acontece. Com isso, ficamos passivos, e a quem interessa um povo passivo? Acho que sabemos a resposta. Por isso, a iniciativa do jornalismo livre, como este mesmo blog ao qual escrevo, me enche de esperança. Se temos dúvidas sobre as notícias que são veiculadas, não seria melhor uma imprensa cada vez mais livre? A imprensa é um possível escudo contra autoritarismo e obscurantismo, pois apenas com informação se combate a ignorância, em todas as suas expressões.
Que cada vez mais tenhamos a consciência do valor de nossas liberdades e nunca nos rendamos ao fanatismo, a intolerância e a ignorância.
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Sobre o Autor:
Pedro Figueiredo Alves tem 23 anos e é estudante do curso de Direito da UNEB – Campus XV / Valença.