Cairu: prefeito chama piso salarial da enfermagem de “politicagem”
O gestor do município arquipélago postou que o PL aprovado ontem foi empurrado goela abaixo dos municípios.
Um dia depois da criação do piso salarial de enfermeiros, técnicos de enfermagem e parteiras, pela Câmara dos Deputados, o prefeito de Cairu, Hildécio Meireles (União Brasil), se manifestou pelo Twitter, contrário à proposta que valoriza a categoria.
Ele se junta aos deputados da bancada do Partido Novo, além de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Kim Kataguiri (União Brasil-SP), José Medeiros (PL-RN) e o líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que votaram NÃO ao Projeto de Lei número 2564/20, aprovado ontem por 449 votos a 12.
No início deste ano, o prefeito relutou a pagar o reajuste do piso salarial dos professores usando o mesmo argumento: o impacto financeiro aos cofres públicos.
Agora, Hildécio tratou da pauta dos profissionais de saúde como “politicagem” e classificou como “mais um piso salarial empurrado goela abaixo nos cofres da municipalidade”.
A mobilização por salários mais dignos à classe vem sendo fotalecida desde 2020, com a pandemia de Covid-19 que evidenciou ainda mais a importância de valorizar os profissionais de saúde que estiveram na linha de frente no combate à transmissão da Covid-19, arriscando a própria a vida, e participando de forma efetiva na vacinação dos brasileiros.
O projeto referendado pelo parlamento define como salário mínimo inicial para os enfermeiros o valor de R$ 4.750, a ser pago nacionalmente pelos serviços de saúde públicos e privados. Nos demais casos, haverá proporcionalidade: 70% do piso dos enfermeiros para os técnicos de enfermagem; e 50% para os auxiliares de enfermagem e as parteiras. A proposta deve seguir para sanção presidencial.
A deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), estimou que a proposta tem impacto de R$ 50 milhões ao ano na União e afirmou que o Congresso vai viabilizar recursos para garantir o piso salarial.
“Já tramitam nas duas Casas diversas propostas que ampliam receitas ou desoneram encargos; além da ampliação de recursos a serem repassados pelo Fundo Nacional de Saúde para reforçar as transferências aos entes federados [estados e municípios]”, explicou.
Hildécio é casado com a Secretária de Saúde de Cairu, Cíntia Rosemberg, que é fisioterapeuta, está se formando em medicina, e não se manifestou a respeito do assunto em suas redes sociais.
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Foto: Reprodução | Gazeta Cairuense