Gasolina aumenta pela oitava semana seguida
Bolsonaro falou sobre o assunto em discurso. Logo em seguida, o presidente da Petrobrás convocou coletiva de imprensa para dizer que controle de preços é de responsabilidade dos Ministérios do Governo Federal.
Na Foto: Joaquim Silva e Luna / Presidente da Petrobrás.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis anunciou que o preço médio da gasolina registra alta nos postos de todo país pela oitava semana seguida.
Na semana passada, até o dia 25 de setembro, o preço médio subiu para R$ 6,092 por litro, enquanto que na semana anterior o valor foi de R$ 6,076.
Ao todo, foram pesquisados 4.487 postos pela ANP entre 19 e 25 de setembro, constatando que o preço máximo chegou a R$ 7,236 o litro e, o mínimo, foi de R$ 5,199.
O Diesel cotado a R$ 4,709 na última semana, baixou para R$ 4,707, em média.
Ainda segundo a ANP, o preço médio do botijão de gás aos consumidores subiu quase 30%, passando de R$ 75,29 no final de 2020 a R$ 96,89 na semana passada. A alta é mais de 5 vezes a inflação acumulada no período, de 5,67%.
Puxada pelo aumento dos preços dos combustíveis, a previsão da inflação subiu pela vigésima quinta semana consecutiva e chegou a 8,45%.
A política de preços do barril de petróleo praticado no Brasil continua atrelada aos valores internacionais e ao preço do dólar. Os combustíveis aumentam conforme a moeda americana se valoriza sobre o real.
Nesta segunda-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro falou da alta da gasolina e do dólar em discurso no Planalto:
“Alguém acha que eu não queria a gasolina a R$ 4? Ou menos? O dólar R$ 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte. É uma realidade. E tem um ditado que diz: ‘Nada não está tão ruim que não possa piorar’. Nós não queremos isso”, afirmou.
Logo após a fala de Bolsonaro, o Presidente da Petrobras organizou uma coletiva de imprensa e disse que é responsável por apenas R$ 2 na composição de preços da gasolina. A estatal já havia divulgado um vídeo enfatizando que “tudo o que excede R$ 2 não é responsabilidade da Petrobras”.
Segundo o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, a Petrobras é responsável pela produção e refino do combustível. Depois disso “ela não se manifesta mais”. Ele ainda afirmou que o papel de zelar pelos preços dos combustíveis é do governo, do Ministério de Minas e Energia, do Ministério da Economia e da Casa Civil.
Silva e Luna também disse que não há previsão de mudanças na política de preços dos combustíveis e que a tendência é que venham novos aumentos. Economistas analisaram que as declarações agradaram os acionistas que investem no mercado financeiro, já que houve alta na bolsa de valores de São Paulo atribuída à coletiva da Petrobras.
Imagem: Band News