8 de fevereiro de 2025

30 de janeiro de 2024

Movimento “500 velas por 500 mil mortes” aconteceu em Valença

Solidariedade, consolo e esperança: ato inter-religioso de sensibilização e orações em memória dos mortos pelo novo coronavírus foi realizado na Praça da República.

A cidade de Valença também se juntou a mobilização nacional em memória às 500 mil mortes pela Covid-19, convocadas no último sábado (19).

A iniciativa de religiões e ativistas programou um ato em memória a todos os mortos na Pandemia chamado “500 velas por 500 mil mortos”, “Toda vida importa”, “Vacina no braço e comida no prato”. A manifestação intitulada Ação Por Memória e Justiça – #LutoPorMeioMilhão também vem ocorrendo com a mesma intenção e o mesmo formato proposto.

Diversas lideranças religiosas (Cristãos/ãs, Terreiros de Umbanda, Druidismos Modernos, Indígenas), e representantes de movimentos sociais e familiares de vítimas da Covid-19 fazem parte da organização, mas que não tem uma entidade coordenadora.

A pauta da manifestação é um lamento coletivo, buscando homenagear as pessoas que se morreram pela doença, acolhendo afetivamente suas famílias, e também reivindicando vacinação para todos, auxílio emergencial e ações de combate à fome para as mais de 19 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave.

O ato é divulgado pelo Movimento Respira Brasil e da Associação dos Familiares das Vítimas da Covid-19 (AVICO Brasil), e conta com o apoio da CNBB, de ONGs, do Fórum Inter-Religioso, da Frente Brasil Popular, do MST, da CUT, sindicatos, entre outras instituições em municípios espalhados pelo Brasil que expõem um luto coletivo de abrangência nacional.

Em Valença, a igreja católica, membros de outras religiões, ativistas de coletivos culturais e da comunidade em geral que se solidarizou com a iniciativa, encamparam a campanha colocando o símbolo do movimento na Praça da República, aonde foram acesas 500 velas, sendo cada uma representando mil histórias de vida. Os sacos com areia foram colocados para ter estabilidade e não apagar com o vento.

Veja o texto de convocação:

“São 502.025…mais de meio milhão de vidas… A título de comparação, é como se lotássemos os 7 maiores estádios do país em um dia. Na Bahia, é como se uma caravela aportasse em Itacaré e seguisse dizimando as populações de Marau, Camamu, Ituberá, Nilo Peçanha, Igrapiuna, Ibirapitanga, Piraí do Norte, Gandu, Wenceslau, Teolandia, PTN, Valença, Aratuípe, Jaguaripe, Santo Antônio de Jesus e todas as ilhas de Cairu.
Nossa média cumulativa de mortes no país é 4,4 vezes superior à mundial, com um nível diário crescente este ano que já atingiu nesses meses o dobro de todo o ano passado. O mais grave e assustador é que segundo especialistas, três de cada quatro mortes ocorridas até hoje no Brasil teriam sido evitadas.

Estamos perdendo a guerra. O ritmo da vacinação segue lento e, exceto a proibição de festas e fechamento de bares, segue-se o fluxo… verdade que nossa “quarentena” acabou-se antes das eleições… nunca houve lockdown e após mais de 500 dias convivendo com o vírus, a população relaxou… máscara e álcool gel apesar de obrigatórios, começam a cair em desuso…
Mortes soam apenas como números. Autômatos, acostumamos a não velar mais nossos mortos, já não choramos e seguimos, reclamando muito mais do custo de vida e com medo do desemprego, do que cobrando, efetivamente, a vacina que está salvando vidas e recuperando a sonhada normalidade no chamado “primeiro mundo”…

Parece-nos que a morte assusta menos do que o medo da miséria que se aproxima. Estamos perdendo a humanidade. Em meio às trevas, uma manifestação simbólica acontece hoje, às 18 horas, na Praça da República, em Valença. 500 velas serão acesas em memória aos mais de 500 mil mortos… o ato acontece também em outras cidades do Brasil. Com caráter inter-religioso, a manifestação pede “vacina no braço e comida no prato”.

 

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